A agricultura sustentável é uma forma de plantio que tem como fundamento o respeito ao meio ambiente e à natureza. Para além disso, do ponto de vista social, esse formato é muito mais justo e economicamente viável, quando comparado aos sistemas produtivos tradicionais.

Para serem consideradas sustentáveis, no entanto, as práticas agrícolas devem suprir as necessidades de produção e, simultaneamente, produzir alimentos de forma a favorecer a saúde da terra e dos agricultores.

Preparamos um guia completo sobre agricultura sustentável, explicando seu funcionamento, importância e vantagens. Acompanhe a seguir e confira!

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Entenda mais sobre o conceito de agricultura sustentável

De maneira conceitual, a agricultura sustentável representa um conjunto de elementos que visam o desenvolvimento equilibrado nos sistemas produtivos. Por isso, as práticas utilizam os recursos naturais de maneira mais consciente, permitindo que os agricultores mantenham a capacidade de produção a longo prazo.

O principal objetivo da agricultura sustentável é conservar os elementos naturais, como solo, água e ar, assim como outros recursos genéticos, como animais e vegetais. Os processos, portanto, devem ser tecnicamente apropriados, economicamente viáveis e socialmente justos.

Com isso, é possível corresponder às demandas alimentares da sociedade, sem comprometer as futuras gerações. Isso porque a agricultura sustentável se baseia em três pilares principais:

• ambiente saudável;
• rentabilidade econômica;
• igualdade social e econômica.

Nos últimos anos, cada vez mais consumidores têm apoiado alternativas de produção sustentável, como a agricultura orgânica, a agrofloresta e a integração entre lavoura, pecuária e floresta. Tais processos são amplamente aceitos no mercado alimentício, representando um verdadeiro diferencial competitivo.

Isso porque essas práticas beneficiam tanto o planeta quanto os produtores, que podem aproveitar para reduzir custos e elevar a produtividade. Uma importante característica desse modelo é a diminuição do uso de adubos químicos, fertilizantes e pesticidas nas plantações.

Além de tudo, a agricultura sustentável também busca alternativas de fontes de energia limpa e maneiras eficientes para a reutilização dos recursos hídricos. Devido aos benefícios, diversos produtores brasileiros já investem em práticas ecológicas que contribuem diretamente para proteger os recursos naturais.

Saiba qual a importância da agricultura sustentável

Na agricultura sustentável, o cuidado com o solo e meio ambiente é um dos grandes princípios que orientam a produção de alimentos. No entanto, quem se dedica a esse tipo de agricultura também distribui renda de forma mais igualitária e justa.

A abordagem ainda busca aplicar os recursos de forma que eles consigam regenerar a capacidade produtiva e minimizar os impactos nocivos nos ecossistemas. Um ótimo exemplo é a redução no uso de pesticidas tóxicos, mais conhecidos como agrotóxicos, que poluem o solo, a água e o ar.

Da mesma forma, um dos grandes benefícios da agricultura sustentável é o uso mais racional da água na irrigação. As plantas, a fim de desenvolverem todo o seu potencial, exigem determinada quantidade de água para atender às suas necessidades biológicas.

Em sistemas ecológicos, os recursos hídricos, assim como as fontes de energia, são usados com cautela e precisão. Isso porque o objetivo é evitar ao máximo o emprego de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, dando preferência sempre por fontes de energia limpa e renovável, como biogás, biodiesel e etanol.

Ou seja, a agricultura sustentável procura utilizar da melhor forma os bens e serviços ambientais, sem prejudicá-los. Ao integrar processos ecológicos, portanto, é possível:

• contribuir para a regeneração do solo;
• reduzir o uso de insumos não renováveis;
• promover condições de trabalho socialmente mais justas.

Conheça as boas práticas da agricultura sustentável

Para além da preservação ambiental, a agricultura sustentável se baseia em diversas práticas e técnicas que favorecem a saúde das pessoas, das águas e do solo. A adoção dessas ações, portanto, é benéfica para todos os envolvidos, como produtores rurais, consumidores e fornecedores.

Por meio de estratégias sustentáveis de plantio, os agricultores conseguem aumentar a qualidade do solo e, ao mesmo tempo, desenvolver sistemas agrícolas que beneficiam toda a sociedade. A seguir, confira quais são as principais práticas usadas para trazer mais sustentabilidade à produção de alimentos!

Energia renovável

A utilização de fontes de energia renovável é uma das medidas que ajudam a manter a estabilidade produtiva e a proteger o meio ambiente. A alternativa sustentável representa uma ótima opção de geração de energia limpa e boa, diminuindo grande parte dos custos com o recurso.

A energia solar, por exemplo, é uma solução mais econômica, vantajosa e precisa para as propriedades rurais. Isso porque ela é uma fonte ilimitada e econômica, que reduz a poluição e, consequentemente, os impactos ambientais. O valor economizado ainda pode ser revertido em novas atividades e investimentos.

Rotação de culturas

A rotação de culturas consiste em alternar, anualmente, as espécies em uma determinada área agrícola. O objetivo é aproveitar melhor a fertilidade do solo e a diversidade biológica, melhorar a drenagem de água e o controle de potenciais doenças e pragas no plantio.

Para isso, os agricultores consideram diversos fatores, como características das plantas, condições do solo, mão de obra disponível, clima, topografia, mercado consumidor, entre outros. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos, o sistema de rotação de culturas torna o solo mais fértil a longo prazo.

Agricultura orgânica

A agricultura orgânica é voltada para a produção de alimentos saudáveis. A abordagem considera diversos fatores na gestão agrícola, visando criar sistemas produtivos que preservam os recursos naturais, a qualidade do solo e da água. Para isso, os agricultores adotam uma série de boas práticas.

Rotação de culturas, compostagem, fertilizantes naturais, semeadura direta, entre outras, são ações essenciais na agricultura orgânica. Tais estratégias:

• promovem o aumento da capacidade de retenção de umidade pelo solo;
• auxiliam na disponibilização dos nutrientes às plantas;
• favorecem o equilíbrio da atividade biológica.

Reuso de água da chuva

Muitos agricultores captam e reutilizam a água da chuva para diversos objetivos nas propriedades rurais. A principal aplicação é na irrigação e na lavagem das instalações e máquinas. Para isso, é preciso contar com alguns equipamentos, como calhas e reservatórios.

Seja qual for a forma de captação, a água passa por um sistema simples de filtragem, que retém impurezas. Em determinados locais, os agricultores também instalam reservatórios do tipo represa a fim de, posteriormente, bombear a água para as áreas de aplicação.

Plantio direto

O plantio direto é um método utilizado para conservar a terra e tornar os sistemas agrícolas mais produtivos. A prática reúne uma série de princípios, como:

• ausência ou revolvimento mínimo do solo;
• cobertura com palhada;
• rotação de culturas;
• redução do uso de insumos de origem fóssil.

Além disso, a técnica é muito eficiente no controle da erosão. Isso porque a palha que fica sob a superfície:

• protege o solo contra as gotas de chuva;
• reduz a desagregação e o selamento da terra;
• garante maior capacidade de infiltração de água na terra.

Agrofloresta

O sistema agroflorestal associa a conservação florestal com benefícios econômicos e ecológicos. Por isso, é considerado um modelo revolucionário que tem como maior inspiração a dinâmica dos ecossistemas naturais. Nesse caso, espécies perenes são plantadas em conjunto com os cultivos agrícolas e as criações animais.

Ou seja, é um formato que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, oferecendo inúmeros benefícios ecológicos. Diversos agricultores brasileiros têm dado preferência à agrofloresta justamente porque é, hoje, a maneira mais eficiente de otimizar os recursos e reduzir o desmatamento.

Cuidado com o solo

Uma das técnicas mais importantes da agricultura sustentável é o cuidado frequente do solo. Para isso, o manejo deve criar condições para que a terra não precise de produtos nocivos, como fertilizantes químicos e agrotóxicos. Os micro-organismos presentes no solo, por exemplo, fornecem os nutrientes necessários para a saúde das plantas.

Uma das práticas mais importantes nesse sentido é o retorno da matéria orgânica ao solo. Quando feita da forma correta, a agricultura se torna mais resiliente e produtiva, melhorando a qualidade dos cultivos e, por consequência, gerando mais renda aos produtores.

Compostagem

A compostagem é um processo fundamental para a preservação do meio ambiente, além de ser uma ótima oportunidade para ter benefícios econômicos. Com a redução de adubação química, por exemplo, é possível aproveitar melhor os recursos e baixar os gastos com fertilizantes.

Além de tudo, a compostagem proporciona a vantagem ambiental de proteger os recursos hídricos, evitando que ocorra poluição do lençol freático e das águas superficiais, como os rios e lagos. Ao produzir composto, igualmente, o produtor pode minimizar os custos com insumos e produtos externos.

Permacultura

A permacultura representa uma maneira inovadora de pensar e organizar as atividades produtivas. O objetivo é formar sistemas multifuncionais e duradouros, englobando economia, aproveitamento de recursos, captação e tratamento de água, entre outros aspectos.

É um ecossistema agrícola completo e altamente eficiente, que integra espécies vegetais e criação animal úteis ao ser humano. A permacultura é baseada no respeito a todas as formas de vida, processos naturais e sabedoria das culturas tradicionais.

Adubação verde

Outra técnica que favorece a recuperação saudável dos solos é a adubação verde. O modelo é uma alternativa aos adubos químicos e ao uso de defensivos e fertilizantes, sendo, portanto, um excelente aliado da sustentabilidade nas propriedades rurais.

A estratégia utiliza determinadas plantas para a fixação de nitrogênio e outros elementos químicos e biológicos ao solo. Para isso, os agricultores plantam espécies anuais em consórcio com plantas perenes e arbóreas. A vantagem é o baixo custo e o elevado aumento da qualidade do solo.

Descubra como aderir à agricultura sustentável

Para implementar um sistema sustentável, é essencial investir em tecnologias e práticas para restabelecer o equilíbrio do ambiente e melhorar a fertilidade do solo. O primeiro passo é adotar ações conservacionistas na propriedade rural que busquem melhorar a cobertura do solo, conter a erosão e promover a recuperação ambiental.

Também é importante dar preferência a técnicas de manejo que priorizem a adubação e correção do solo, a fertilidade natural e as necessidades das culturas produtivas. O ideal é que o agricultor utilize sempre produtos naturais, que não contaminem os alimentos e a natureza.

Para ter sucesso, ainda é interessante diversificar as atividades, introduzindo ações de baixo impacto. Para isso, é essencial obter informações com produtores da região e informar-se sobre o trabalho de cooperativas e entidades que já atuam com agricultura sustentável.

Além disso, existem outras práticas que favorecem a implementação de uma agricultura mais ecológica, como:

• redução do uso de adubos químicos e pesticidas;
• fixação biológica de nitrogênio;
• aplicação de técnicas que não agridem o ar, o solo e a água;
• uso de sistemas de captação de água da chuva;
• não desmatamento de áreas florestais e matas;
• preferência por fontes de energia limpa e renovável, como biocombustíveis;
• adoção de plantio direto;
• criação de plano de manejo territorial;
• respeito às leis trabalhistas;
• valorização da agricultura familiar.

Confira as vantagens da agricultura sustentável

Como citamos anteriormente, a agricultura sustentável é a principal ferramenta, hoje, para manter o meio ambiente equilibrado, a partir da produção ecológica de alimentos. A abordagem oferece diversos benefícios, tanto para a sociedade quanto para os produtores.

É uma maneira eficiente de reduzir desperdícios e promover o uso adequado dos recursos destinados à agricultura. Na prática, isso representa redução de custos e preservação, afinal, a propriedade rural acaba minimizando consideravelmente a demanda por insumos e produtos externos.

Além disso, a produção de alimentos torna-se mais saudável e rentável, favorecendo o aumento da produtividade, o cuidado com o solo e um melhor aproveitamento das áreas cultiváveis. Tudo isso colabora para a promoção do bem-estar social, já que os agricultores podem ofertar alimentos de qualidade superior aos consumidores.

Os proprietários ainda podem aproveitar para transformar positivamente a imagem das fazendas, já que as práticas sustentáveis são bem vistas pela sociedade como um todo. Até porque são as pessoas que decidem se querem comprar alimentos ecológicos ou convencionais.

Diante de tantos benefícios, certamente a agricultura sustentável é um modelo fundamental para o desenvolvimento saudável e equilibrado. É um sistema no qual todos ganham com o uso racional dos recursos naturais: consumidores, produtores e planeta.

A prática da agricultura sustentável é considerada, hoje, um dos únicos caminhos possíveis para garantir que as próximas gerações continuem usufruindo dos recursos naturais. Inclusive, os produtores rurais ganham vantagem competitiva, econômica e social, melhorando significativamente os resultados.

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